Arquivo da categoria: QUE

A PALAVRA “QUE”

A palavra “que” pode ser um pronome (interrogativo ou relativo), um advérbio, uma preposição, uma conjunção (coordenativa ou subordinativa) ou uma partícula de realce ou expletiva.

A sua utilização precedida ou seguida de vírgula depende não só da sua natureza morfológica como da construção frásica em causa, pelo que, para a esclarecer, o melhor talvez seja enviar-nos uma frase a respeito da qual tenha dúvidas.

Não sendo exaustiva, refiro, no entanto, que:

  1. Como pronome relativo, o que é precedido de vírgula, quando inicia orações explicativas.

Ex.: Ele, que tem a mania que percebe tudo, não estava, afinal, a ver bem a situação.

  1. Como conjunção explicativa ou causal, é sempre precedido de vírgula.

Ex.: Não te distraias, que podes ter um acidente.

  1. Como conjunção consecutiva, também é precedido de vírgula. Ex.: Ele falou tanto, tanto, que ficámos cansados de o ouvir. 4. Na generalidade das outras situações, não é precedido de vírgula. Chamo especialmente a atenção para o que como conjunção subordinativa integrante, que nunca deve ser precedido de vírgula, porque a oração que inicia é parte integrante da anterior.

Ex.: Queria que esclarecesses tudo.

  1. Naturalmente que, na situação anterior, o que pode ter uma vírgula a precedê-lo, se ela estiver a assinalar uma expressão circunstancial de qualquer natureza, uma oração, etc.

Ex.: Quero, diga ele o que diga, que esclareças tudo. 6. Em qualquer das situações anteriores, pode ser colocada uma vírgula depois do que, quando se lhe segue um sintagma explicativo, circunstancial, uma oração, etc. Ex.: Penso que, quaisquer que sejam as circunstâncias, o deves ouvir com atenção.

  1. Repare, no entanto, que, na situação anterior, como essa vírgula indica a introdução de algo adjacente, deverá ser utilizada uma outra vírgula a indicar o fim do sintagma introduzido e a continuação da oração iniciada pelo que.

QUANDO É QUE SE ESCREVE QUÊ COM ACENTO?

Quê, com acento

Analisemos a seguinte frase: não compreendi o quê ouvi de você…

Na frase acima o “quê” está grafado errado.

Quando o vocábulo que for antecedido de o, este (o) será pronome demonstrativo, que pode ser substituído por isto, isso, aquilo, etc. Assim, “que” será pronome relativo. O pronome relativo não será acentuado nunca. A frase acima pode ficar assim: não compreendi AQUILO QUE ouvi de você…

Não confundam “que” com o vocábulo “porque”. Este, quando precedido do artigo “o” se transforma em substantivo. Vejamos:

Não entendi o porquê da pergunta.

Então, nunca acentuarei o vocábulo que?

Apenas em três situações o “que” será acentuado: 1- Antecedido do artigo indefinido um, “que” será acentuado: • Aquele moço tem um quê de mistério. Essa junção, um quê, significará algo, alguma coisa: Aquele moço tem algo de mistério. 2- Interjeição. • Quê? Você ficou quieta? Não devolveu a grosseria? 3- Pronome interrogativo, final de frase: • Não me chamou por quê? • Está rindo de quê?

Usos da palavra “que”

Dicas de português

Usos da palavra “que”

A palavra “que”.

Pode ser Substantivo:

Quando “que” for substantivo, será sempre acentuado e terá o sentido de qualquer coisa ou alguma coisa. Geralmente o artigo indefinido um a modifica.

Ex. Aquele deputado japonês tem um quê de safado. = Aquele deputado japonês tem alguma coisa de safado.

Pode ser Advérbio:

Quando o “que” for advérbio, intensificará adjetivos e advérbios e poderá ser substituído por quão ou muito. Em geral, é usado em frases exclamativas.

Ex. Que desonesto é esse parlamentar cipriota! = Quão desonesto é esse parlamentar cipriota!

Que jumento fui eu acreditando naquele senador! = Quão jumento fui eu acreditando naquele senador!.

Que longe fica a planície dos bandidos! = Quão longe fica a planície dos bandidos!

Preposição:

Quando o “que” funcionar como preposição, equivalerá à preposição de, sendo usado em locuções verbais que têm, como auxiliares, ter ou haver.

Ex. Tenho que trazer os parlamentares derrotados. = Tenho de trazer os parlamentares derrotados.

Interjeição:

Quando o “que” for interjeição, exprimirá emoção, estado de espírito e será sempre exclamativo e acentuado. Poderá ser substituído por outra interjeição.

Ex. Quê! O vereador suicidou-se? O Brasil terá menos um paralamentar. = Meu Deus! O vereador suicidou-se? O Brasil terá menos um paralamentar.

Partícula Expletiva ou de Realce:

Quando o “que” for partícula expletiva, será empregado para realçar ou enfatizar. Sua retirada não alterará o sentido da frase. Poderá também ser usado na locução expletiva é que.

Ex. Por pouco que a gente não atropelou o deputado. = Por pouco a gente não atropelou o deputado.

Nós é que trouxemos o ladrão do cofre federal. = Nós trouxemos o ladrão do cofre federal.

Pronome

Pronome Interrogativo

Quando o “que” for pronome interrogativo, substituirá, nas frases interrogativas, o elemento sobre o qual se desejar resposta.

Ex. Que você disse? = Você disse algo.

Gostaria de saber que político safado me procurou. = O político safado procurou alguém.

* Nota: É inadequado o uso da palavra “o“, antes do pronome interrogativo que, ou seja, a língua culta não admite perguntas como “O que você disse?”, apesar de ser expressão corrente em nosso país.

Pronome Indefinido

Quando o “que” for pronome indefinido, aparecerá antes de substantivos em frases geralmente exclamativas e poderá ser substituído por quanto, quanta, quantos e quantas.

Ex. Que sujeira havia no palácio. = Quanta sujeira havia naquele palácio.

Pronome Adjetivo

Quando o “que” for pronome adjetivo, aparecerá antes de substantivo, apenas modificando-o. Não o confunda com o pronome indefinido.

Ex. Que jumenta linda aquela! (Perceba que não há a possibilidade de substituí-lo por quanto, quanta, quantos ou quantas; ele apenas modifica o substantivo, a fim de tornar a frase exclamativa. Por isso mesmo, é também denominado de pronome exclamativo.)

Pronome Relativo

Quando o “que” for pronome relativo, aparecerá após o substantivo substituído por ele e poderá ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais.

Ex. Achei muito bela a jumenta que você me deu. = Achei muito bela a jumenta a qual você me deu.

Conjunção

Conjunção Coordenativa

Conjunção Coordenativa Aditiva

Quando o “que” for conjunção coordenativa aditiva, iniciará oração coordenada sindética aditiva, aparecerá sempre entre duas formas verbais iguais e terá valor bastante próximo da conjunção “e”.

Ex. Falava que falava, mas não convencia ninguém.

Bebia que bebia, ignorando o risco que corria.

Conjunção Coordenativa Explicativa

Quando o “que” for conjunção coordenativa explicativa, iniciará oração coordenada sindética explicativa e poderá ser substituída por “pois” ou “porque”, que também são conjunções coordenativas explicativas.

Ex. Venha até aqui, que preciso falar-lhe. = Venha até aqui, pois preciso falar-lhe.

Conjunção Coordenativa Adversativa

Quando o “que” for conjunção coordenativa adversativa, iniciará oração coordenada sindética adversativa, indicará oposição, ressalva e apresentará valor equivalente a mas.

Ex. Outra pessoa, que não eu, deveria cumprir essa tarefa. = Outra pessoa, mas não eu…

Conjunção Subordinativa

Conjunção Subordinativa Integrante.

Quando o “que” for conjunção subordinativa integrante, iniciará oração que exerce função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto não iniciado por pronome relativo. A oração iniciada pela conjunção integrante será chamada de oração subordinada substantiva.

Ex. Acho que você está equivocado. (A oração “que você está equivocado” funciona como objeto direto do verbo achar, denominada oração subordinada substantiva objetiva direta)

Ela só pensa em uma coisa: que seu filho seja aprovado. (A oração “que seu filho seja aprovado” funciona como aposto, denominada oração subordinada substantiva apositiva)

Conjunção Subordinativa Consecutiva

Quando o “que” for conjunção subordinativa consecutiva, iniciará oração subordinada adverbial consecutiva e aparecerá, em geral, nas expressões tão… que, tanto… que, tamanho… que e tal… que.

Ex. Ele gritou tanto que ficou rouco. = A conseqüência de ele ter gritado muito foi ter ficado rouco.

Conjunção subordinativa Comparativa

Quando o “que” fora conjunção subordinativa comparativa, iniciará oração subordinada adverbial comparativa e aparecerá nas expressões mais… que, menos… que.

Ex. Ele é mais inteligente que o irmão.

Pronto. Tudo sobre a palavra “que”. Na semana que vem, estudaremos as orações subordinadas substantivas.

“QUE” e “SE”

                                                                      VANRAZ

DICAS DE PORTUGUÊS

Pronome relativo atrai pronome oblíquo. “QUE” atrai “SE”

“Há pessoas, que se tornaram frias após a guerra.

Na frase do exemplo, “que” é pronome relativo -refere-se a “pessoas” e equivale a “os quais”. Pronomes relativos atraem pronomes oblíquos para antes do verbo (próclise).

Escreva “que se tornaram”, não “que tornaram-se”.

 https://vanraz.wordpress.com/

“QUE”

 

Português

VAN RAZ

 

1 – acentua-se o “que” (ele é tônico) no fim da frase:

 

Ex. Vamos esperar o quê?

 

A palavra “que” pode ser um pronome (interrogativo ou relativo), um advérbio, uma preposição, uma conjunção (coordenativa ou subordinativa) ou uma partícula de realce ou expletiva.
A sua utilização precedida ou seguida de vírgula depende não só da sua natureza morfológica como da construção frásica em causa.
Não sendo exaustiva, refiro, no entanto, que:

 
1. Como pronome relativo, o que é precedido de vírgula, quando inicia orações explicativas.

 
Ex.: Ele, que tem a mania que percebe tudo, não estava, afinal, a ver bem a situação.

2. Como conjunção explicativa ou causal, é sempre precedido de vírgula.
Ex.: Não te distraias, que podes ter um acidente.
3. Como conjunção consecutiva, também é precedido de vírgula.
Ex.: Ele falou tanto, tanto, que ficamos cansados de o ouvir.
4. Na generalidade das outras situações, não é precedido de vírgula. Chamo especialmente a atenção para o que como conjunção subordinativa integrante, que nunca deve ser precedido de vírgula, porque a oração que inicia é parte integrante da anterior.

 
Ex.: Queria que esclarecesses tudo.
5. Naturalmente que, na situação anterior, o que pode ter uma vírgula a precedê-lo, se ela estiver a assinalar uma expressão circunstancial de qualquer natureza, uma oração, etc.
Ex.: Quero, diga ele o que diga, que esclareças tudo.
6. Em qualquer das situações anteriores, pode ser colocada uma vírgula depois do que, quando se lhe segue um sintagma explicativo, circunstancial, uma oração, etc.
Ex.: Penso que, quaisquer que sejam as circunstâncias, o deves ouvir com atenção.

7. Repare, no entanto, que, na situação anterior, como essa vírgula indica a introdução de algo adjacente, deverá ser utilizada uma outra vírgula a indicar o fim do sintagma introduzido e a continuação da oração iniciada pelo que

 

Vírgula antes de ‘que’ com sentido de ‘porque’

Quando a conjunção que (=porque) é precedida de vírgula.

(pode ser ‘or. coordenada sindética explicativa’)

Se a oração for introduzida pela conjunção que e ela puder ser substituída por porque ou vice-versa, então, essa oração é coordenada sindética explicativa:

– Não me peça dinheiro, que eu não tenho. (= porque eu não tenho)
– Tivemos que correr, que a situação estava difícil. (= porque estava difícil)
– Procure mudar os pensamentos, que a vida não é assim. (= porque não é assim )
– Trabalhe duro, que vale a pena. (= porque vale…